O ciclo de qualquer fruto parece ser o mesmo, nasce em flor, depois semente que se desprende da casca e é entregue às sortes da terra para nascer e crescer...
A casca, esse invólucro descartado que protegeu a semente até a maturação, se decompõe com o tempo e devolve seus minerais a terra. Tudo isso parece óbvio diante do que estamos acostumados a presenciar. E essa obviedade um tanto singela muitas vezes parece se esconder diante da presença marcante e notória do conjunto criado por estes ciclos: as árvores que se erguem, as matas...

Escolhemos destes descartados as suas formas e as transformamos em cerâmica. Porém, obedecendo ao ciclo original destas cascas, deixamos que as cerâmicas das séries Cascas do Brasil também cheguem ao seu fim.

Fazemos apenas um molde de cada casca que, com o tempo, vão também se deteriorando até o ponto de não guardarem mais a identidade da sua matriz. Quando isso ocorre, é o fim de uma série como a deste pequeno copo feito pela casca seca do cacau. A partir de agora, ele não será mais reproduzido e buscaremos uma casca semelhante, um novo ciclo.