Cavar a terra.
É comum para quem anda pelo interior de Minas e do Brasil ver uma casca de tatu pendurada nas paredes das casas. Hábito de quem um dia o caçou e o pendurou como troféu para exibir sua formosa e dura casca.
Não queremos exibi-la com este fim. Esta casca que transformamos em cerâmica ganhamos de um senhor da nossa comunidade que a tem em sua casa há muito anos, quando sua família dependia da caça para ter sustento suficiente para as tarefas diárias: cavar a terra, plantar o milho.
Exibimos aqui esta casca de tatu para dizer que há no cavar a terra vários caminhos e muitos fins. Que, assim como os tatus, com nossas cerâmicas cavamos a terra e deixamos expostas algumas raízes ligadas às nossas tradições. Expo-las é saber do que precisa ser ou não nutrido. Cavar a terra, seus cheiros e profundidades, se alimentar destas raízes e saber de quais nos nutriremos.
Esta casca é um símbolo, uma cópia que exibe a essência de algo real e vivo e que merece continuar vivo, enquanto nós no nosso imaginário podemos combinar com a terra formas que nos ensinam como substituir de maneira poética a dureza de uma realidade que nos veste carapaças.
Viva o tatu!
A todos os ceramistas que também cavam a terra.
Casca do Tatu
Cerâmica queimada em alta temperatura, forno à gás.
Peso e cores variadas.
Dimensão aproximada: 28,5x19,5x7,5cm